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segunda-feira, 22 de setembro de 2008

AS RELAÇÕES DA FÉ

A etiologia da palavra Filosofia, nos remete a “amizade pela sabedoria”. Sabemos, igualmente, que ela fora a criação, ou codificação, do pensamento como uma ferramenta a serviço do Homem. Como se ele, o pensamento, houvesse se materializado para dar forma ao uso de que a Humanidade precisava. Dentro das linhas da Razão, procura sem pretensões afastar-se das ligações religiosas para dar às próprias religiões a Razão, a qual necessitam. Toda religião, dela desprovida, leva o ser humano às raias do fanatismo e de suas práticas já tão conhecidas, chegando ao cúmulo de se separarem dos demais, fato que contraria a concepção natural do termo religião: religar-se.
A Filosofia está inserida em todas as religiões, mas negada como ciência, pelos que pouco lhe conhecem, talvez pelo fato de despertar o Homem em si mesmo, tornando desnecessário que ele se descubra diante de Deus ou através Dele. Descobrindo-se antes, há mais tempo para seu aprimoramento pessoal e conseqüente ascensão espiritual.
A Fé, quando racionalizada pelas vias filosóficas desperta no ser sua amizade com Deus!
Todas as relações humanas, reais e duradouras, são estabelecidas nas bases da verdadeira amizade. É ela que permite a confiança e as conseqüentes trocas dela proveniente. As confidências, só se realizam entre amigos verdadeiros nos quais jamais se desperta a ira. A confissão é um ato de amizade também, entre o Homem e Deus, através da confiança em outro ser, mesmo que representada por uma autoridade teocrática de sua fé.
Através da amizade o Homem se socorre com outro, esquivando-se do desespero pela confiança que deposita em outrem.
O próprio desespero é o momento em que este se sente só, desprovido de socorro. A revolta humana, diante de qualquer desgraça pessoal ou coletiva, com Deus, é o resultado de sua falta de amizade com Ele. É quando o ser humano decepcionado com as respostas negativas que recebe aos seus pedidos, creditando ao Criador a culpa do não recebimento daquilo que Lhe havia solicitado, entende que Deus está irado contra ele e, portanto revolta-se completamente entregando-se ao despautério de negar tudo da criação.
Outro exemplo de amizade é o casamento, pois enquanto há a cumplicidade da relação através das exposições de problemas e opiniões para solucioná-los, há de fato um envolvimento completo. Quando se esgotam o entusiasmo de contar e a vontade de compartilhar, acabou-se o casamento nas suas bases mais compactas.
Como pode haver amizade sem relacionamento? Impossível! Por isso que a fé precisa do exercício do relacionamento! Mas como se dá isso? Simples, muito simples! A inserção da criatura em qualquer escola religiosa, ou religião. Através da filosofia religiosa há a preparação para a compreensão de Deus, de como Ele age em nossas vidas e de como devemos agir com o próximo para entendermo-nos e assim compreender o Criador.
A própria religião nos dá as dimensões das leis divinas que nos regem, limitando nossas emoções pela razão própria da Lei Maior. Esta é a primeira etapa da educação religiosa, como qualquer outra que seja séria, a disciplina. Disciplinado, pode o Homem conter-se emocionalmente e preparar-se para a segunda Lei: a de Amor. O amor pela humanidade é o amor pela sabedoria, pois somente através da compreensão máxima, mútua, ele se reconhece e se constrói de modo coeso.
O respeito pelo livre-arbítrio, por parte do Criador, inclui até a não-amizade da criatura com Ele, mas não é admissível que não haja amizade entre suas criaturas. Dentro da colocação do Cristo: “Deixai vir a mim as criancinhas.” É a resposta de Deus, como respeito amplo à condição humana de revoltar-se e depois aceitar a existência do Ser Supremo segundo seu tempo e velocidade de compreensão.
Quando a amizade entre ambos é de fato estabelecida, o equilíbrio humano não permite que as emoções o destruam e tampouco coletivamente através de guerras inúteis e simplesmente materialistas. Não há guerras por razões espirituais. Ninguém luta por pedaços no céu! Fato este que comprova que inclusive as guerras ditas santas, são materialistas. São regidas por disputas de terra e de riquezas! Seus fundamentos irreais, pois citando mais uma vez o Cristo de Deus, disse ele: “Meu Reino não é deste mundo!”
Como podem então serem legítimas tais guerras ou qualquer não reconhecimento entre irmãos? É mais uma vez a falta de amizade que determina tais conflitos, inclusive a falta de amizade com Ele. Se houvesse Fé, não haveriam guerras.
A Doutrina do Cristo, ou a filosofia chamada de Cristianismo, foi construída pela amizade e não pela alienação e imposição. Foi o Espírito da Verdade que sustentou a continuidade desta filosofia através dos tempos, resistindo sem se degradar.
O Homem de Fé é um grande amigo de Deus.
Sobral, 19 de setembro de 2008
Professor - Pedro Henrique Muniz Fernandes Magalhães
Mensagem recebida às 23 hs.

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